quarta-feira, 25 de novembro de 2020

A exposição fotográfica da companhia finlandesa de fotografia Aho & Soldan: um briefing sobre os eventos culturais espalhados pelo mundo e a relação deles com os seus visitantes

                Domain Group Brasil contem o projeto literário denominado Contos de Sonhos de Viagens; dentro deste projeto há uma série de elaborações textuais e de transmissão de imagens . Assim,procuramos elaborar textos em que se vizualiza estruturas relativamente estáveis de composição,realizamos intervenções sociais bem como de opinião pessoal e de opiniões caucadas em autores que se relacionam com o tema exposto.

                 Os generos textuais são as nossas ferramentas, os instrumentos que utilizamos para podermos exercer os atos comunicativos em geral: uma curta postagem via redes sociais, e-mails corporativos, produção de reportagens, entrevistas, contos, páginas de diário, artigos cientificos, seminários, teses, etc.Neste artigo vamos trazer um texto embasado em observações empíricas  e que ao mesmo tempo foi reproduzido  conforme a tradução advinda de material de divulgação. 

                 Pensamos que não há necessariamente uma relação tempo- espaço entre um evento de arte e o período em que ele ocorre. Queremos que o leitor considere o seu contexto, função e finalidade.É interessante citar que tanto um cidadão local,um turista e/ou um turista de negócios ( que geralmente esta naquela localidade através de funções de trabalho), desempenham o papel de visitantes.




                  As produções de arte e a exposição do patrimônio material e imaterial de uma cidade perpassam pela prática da observação e valoração.Assim, a exposição que será inserida neste texto proveio de uma visita pelo autor do artigo, em momento de tempo livre à cidade de Estocolmo na Suécia. Apresentaremos a história e as fotografias de três exímios fotógrafos finlandeses que retrataram a sociedade finlandesa entre as décadas de 1920 a 1960.

              

Museu de Armas de Estocolmo




Entrada do Museu e ao lado o seu Pavilhão de Exposições

                       É com grande orgulho e prazer que Liljevalchs  https://www.liljevalchs.se/ e a cidade de Estocolmo celebram o centenário da Finlândia com uma exposição de fotografia finlandesa de 1920 a 1960 em um elegante pavilhão no pátio do Armemuseum, Estocolmo.O foco está em três pioneiros da fotografia finlandesa e do documentário da mesma família . Heikki Aho, Björn Soldan e Claire Aho nos levam em uma jornada seguindo o crescimento de uma nação. 

                      Em exibição estão mais de 120 fotografias do mais alto padrão internacional, nos dando um vislumbre de nossa luz nórdica especial e, no caso de Claire Aho, um humor composicional surpreendentemente lúdico do epicentro do mundo da moda e da publicidade. Consequentemente, a exposição é extraordinariamente rica e engloba imagens de contextos urbanos e rurais, agricultura e indústria, pessoas e objetos. Nós damos as boas-vindas.(Liljevalchs).







Cartaz da Exposição


                           Em nome de Liljevalchs(galeria de arte de Estocolmo), gostaria de estender um caloroso agradecimento a Jussi Brofeldt(1961-presente) cujo entusiasmo e percepções sobre a história da sua família e registros foram uma fonte inestimável para a montagem da exposição. Além disso, um caloroso agradecimento ao "Armémuseum"na representação de Carl Zarmen e Peter Zander que nos ajudaram em  verificar os detalhes  grandes e pequenos em nossa busca pela implementação deste importante projeto inclusive colaborando no incentivo ao mantenimento  das bases de nosso próprio edifício.Bem-vindo ao nosso pavilhão que esta cheio de  nuances fotográficas finlandesas e para Liljevalchs esta sendo um prazer receber esta  exposição 

Marta castenfors (diretora, Liljevalchs)




                         Fokus Finland 3 x Aho & Soldan - suas histórias em fotografias

                    A exposição de verão de Liljevalch oferece fotografia finlandesa das décadas de 1920 a 1960. Existem três pioneiros da fotografia e do documentário na mesma família: Heikki Aho e Bjorn Soldan e a filha de Heikki, Claire Aho.




Pavilhão de Exposição

                     Heikki Aho (1895-1961) e Bjorn Soldan (1902-1953) eram meio-irmãos. Heikki era filho do artista plástico Venny Soldan-Brofeldt(Helsinque,1863 –1945)  e do autor Juhani Aho(Lapinlahti, 1861 - 1921). Bjorn Soldan nasceu do relacionamento de Juhani com a irmã de Venny, Tilly, e mais tarde se tornou o filho adotivo da família. Venny Soldan -Brofeldt foi um forte educador e personalidade cultural; ela fez os meninos começarem a estudar em alto nível na Alemanha e seu interesse por fotografia foi passado para eles. A bisneta Claire Aho (1925-2015) também testemunhou  a importância da profissão  e se inspirou  na escolha da profissão.



                     Heikki Aho e Bjorn Soldan foram os precursores do documentário e fundaram a produtora de filmes Aho & Soldan em 1924. Aho era basicamente engenheiro e especialista em processamento de imagens, Soldan era um camera virtuoso formado na Escola de Cinema de Munchen e seu estilo fotográfico era baseado em tecnologia de imagem avançada.



                     Aho e Soldan começam seu trabalho em uma nação jovem, independente por apenas alguns anos e ainda em busca de seu caminho. Eles impressionam filmisticamente a natureza, o mar e as florestas, mas depois passam a retratar a industrialização e o surgimento de uma nova sociedade. Imagens de uma agricultura que ainda depende mais de humanos do que de máquinas, de potentes hidrelétricas a serem domadas, de trabalho fabril entre peças de máquinas pesadas. A cultura também está lá: o compositor nacional Sibelius recusou-se a ser fotografado, mas Heikki Aho e Bjorn Soldan puderam fazer documentários sobre ele e com ele em 1927 e 1945.

 Sibelius

                      Crescendo em Helsinque, os dois fotógrafos também contam em suas fotos a transformação da cidade, em uma época anterior à urbanização e ao automobilismo, época que escurece, até os bombardeios soviéticos sobre a capital em novembro de 1939 e a Guerra de Inverno.

                       A empresa Aho & Soldan https://ahosoldan.com/ produziu mais de 400 documentários em seu trabalho para retratar a Finlândia e se tornou dois dos criadores mais influentes da imagem moderna da Finlândia.



                      Bjorn Soldan morreu em 1953, então as imagens dos anos 1950 foram tiradas principalmente por Heikki Aho e sua filha Claire, que trabalharam juntos para desenvolver a tecnologia em fotografia colorida. A década de 1950 é uma época de reconstrução e inocência. Helsinque é uma cidade em crescimento, mas ainda com um esplendor rural. As casas são pequenas e desatualizadas, os bondes estão lotados e as escolas estão lotadas devido aos grandes cortes do pós-guerra.







                     Claire Aho ingressou na produtora no final dos anos 1940 e foi a única cineasta mulher a documentar os Jogos Olímpicos de Helsinque em 1952. Ela fundou seu próprio estúdio fotográfico e foi pioneira na fotografia colorida. Nos anos 1950 e 1960, ela se tornou muito popular como fotógrafa de moda e publicidade e era frequentemente contratada para capas de revistas. Suas fotos tinham cores fortes e formas engenhosas, humor e detalhes criativos. Com geladeiras reluzentes e TVs barulhentas,  brilham com fé no futuro e otimismo.






                         Claire Aho fotografou sua cidade natal e em 1968 foi convidada para representar a Finlândia em uma exposição apresentando as capitais nórdicas em Kiel. Nessas fotos, não há muito do manifestante mítico de 68, mas ela nos dá os aromas do dia-a-dia de Salutorget e o som dos novos edifícios. Os mais velhos ainda se lembram do peso do Guerra enquanto os mais novos têm os olhos fixos no futuro.

                       



                         Estamos contextualizando este artigo  ao processo de observação e teorização  que  as relações sócio-culturais repercutem . A história da Finlândia travestida parcialmente pelos fotógrafos e também à  localidade do evento pelo Museu do Exército de Estocolmo na Suécia se inserem em um conjunto de interpretação de culturas e  inferências com os quais  o leitor pode experienciar.



                        Domain Group Brasil reproduz alguns elementos conceituais como países escandinavos, história da fotografia e preservação de elementos históricos patrimoniais como consonância à visão do leitor  a despeito da dinamicidade do evento exposto. O escritor e antropólogo norte americano Clifford Geertz (1926-2006) criou o conceito de Antropologia Interpretativa onde há o ensejo em procurar  entender o fenômeno cultural;

Situar-nos, um negocio enervante que só é bem sucedido parcialmente, eis no que consiste a pesquisa etnográfica como experiência pessoal.Tentar formular a base na qual se imagina, sempre excessivamente,estar-se situado, eis no que consiste o texto antropológico como empreendimento cientifico. Não estamos procurando, pelo menos eu não estou, tornar-nos nativos ( em qualquer caso, eis uma palavra comprometida) ou copiá-los.(GEERTZ,pag10,1973)

                         E através deste angulo percebe-se que  o objetivo da antropologia é o alargamento do universo do discurso humano. Enquanto somos visitantes e quando estamos turistando procuramos a instrução, a diversão, o conselho pratico e a descoberta. Esse é um objetivo ao qual o conceito de cultura  se adapta especialmente bem.



                       Deste modo, como sistemas entrelaçados de signos interpretáveis, cheio de símbolos,a cultura não é um poder, algo ao qual podem ser atribuídos casualmente os acontecimentos sociais, os comportamentos, as instituições ou os processos; ela é um contexto, algo dentro do qual eles podem ser descritos de forma inteligivel- isto é, descritos com densidade.(GEERTZ.pag10.1973)

                           




tradução e intérprete: Tiago luis lima por Liljevalchs

fontes: Geertz,Clifford,1926-A interpretação das culturas/Clifford Geertz.-1eed.13reimpr.-Rio de Janeiro:LTC,2008.323p

            Liljevalchs.www.liljevalchs.se

           /mundoeducacao.uol.com.br

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